sábado, 9 de fevereiro de 2013

DÍZIMO. QUANTO SE DEVE DEVOLVER?

 

dizimoespecial

Apesar da palavra “dízimo” significar dez por cento ou a décima parte de alguma coisa, a Igreja Católica flexibiliza a devolver, deixando como critério o que determina o coração do fiel. Nós podemos doar 5%, 3%, 12%, de acordo com a nossa disponibilidade financeira e a vontade de nosso coração. Mas se podemos doar 6% que não doemos 5%, nem só o que sobra de nosso salário no final do mês, pois dízimo não é esmola nem é uma ajudazinha qualquer; é um compromisso com Deus. Que cada um de nós doe sem constrangimento nem tristeza, pois Deus ama a quem dá com alegria (cf. 2Cor 9, 7).

A partir do ano de 1969 a CNBB voltou a instituir o dízimo nas paróquias do Brasil, mas sem estipular porcentagens nem valores. O dízimo assume um caráter participativo dos fiéis que assumem uma corresponsabilidade pela existência da Igreja. O Papa Bento XVI altera significativamente o sentido do dízimo ao trocar o termo “dízimos” (plural) – “pagar os dízimos conforme o costume” – no quinto mandamento da Igreja. Agora o mandamento é: 

"Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades".
Esta alteração pode ser conferida no compêndio do Catecismo da Igreja Católica, promulgado pelo Papa Bento XVI em 28 de junho de 2005 e republicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Com esta nova redação o mandamento fica mais claro. O fiel católico deve ajudar a sua comunidade conforme as suas possibilidades, ou seja, sem a obrigação de ter seu salário taxado em 10% ou outra quantia qualquer. Esclarecemos na continuação da leitura.

O dízimo não deve ser cobrado, pois ele deve nascer do coração de nó, doadores, não se tornando um peso, mas, ao contrário: uma alegria de ajudar na missão de Jesus Cristo. Não é uma imposição ao fiel, por isso devemos nos sentir convidados a contribuir ou a devolver o que Deus nos proporcionou. Fica em nossa consciência doarmos o que pudermos, mesmo que não seja os dez por cento. Mesmo assim esta doação deve ser denominada de dízimo, por ser a oferta que a pessoa quer ou pode dar. Para ser dízimo independe de valor, quer sejam dez por cento ou um por cento dos nossos vencimentos.

Repetindo, o valor que nós devemos devolver a Deus deve ser fruto de uma conversa com Deus, fruto de nossas orações. Se o fiel sentir vergonha do valor de seu dízimo é porque ele pode devolver mais. Se a consciência pesar é porque o valor está abaixo de suas possibilidades. Mas, se ao contrário, o fiel devolver o dízimo com felicidade, é sinal de que o valor é justo. Portanto, devemos rezar muito antes de definir o valor da devolução.

 

 

A Pastoral do Dízimo nunca deve estabelecer valores para a devolução do dízimo das pessoas, por ser este discernimento um ato pessoal, fruto de uma conversa entre o fiel e Deus. Dízimo não é um imposto, não é uma taxa, nem uma contribuição ou uma esmola. Dízimo é uma devolução a Deus. É uma ação espontânea fruto de uma tomada de consciência de partilha por parte do fiel, e só ele conhece as suas possibilidades e suas dificuldades.

O Novo Testamento, em lugar algum, determina certa porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua prosperidade” (I Coríntios 16:2).

Clique aqui para ver um breve resumo sobre “ O que diz a Bíblia a respeito do dízimo?”

Fonte: http://papocatolico.blogspot.com.br

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

PARÁBOLA DO ALPINISTA

 

alpinista

" Certa vez, um alpinista muito bem preparado iniciou sozinho a escalada do monte Everest, um dos mais altos do mundo.
Ao final do terceiro dia de escalada, a noite chegou rápido junto com uma forte ventania que anunciava nevasca para a madrugada. Estava muito escuro e não era possível enxergar mais que 10 centímetros à frente e ele tentava galgar alguns metros para chegar a uma plataforma para acampar aquela noite.
Foi quando escorregou numa lâmina de gelo e caiu num abismo de trevas. Caía a uma velocidade vertiginosa, sentindo a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade.
O alpinista continuava caindo e toda a sua vida, num filme rápido, passava em sua mente. Foi quando sentiu um forte solavanco que quase partiu seu corpo ao meio. Era a corda de segurança na sua cintura, presa a uma estaca cravada no gelo que todo alpinista utiliza para sua segurança.
Nesse momento de profundo silêncio, suspenso nos ares, o alpinista balbucia:
__Meu Deus, me ajude!
De repente, uma voz grave e profunda vinda de todos os lados respondeu:
__O que você quer de mim, meu filho?
__Salve-me pelo amor de Deus - respondeu o alpinista.
__Você realmente acredita que eu o possa salvar?
__Eu tenho certeza, meu Deus.
__Então corte a corda que o mantém pendurado...
Houve um momento de silêncio e o alpinista pensou: "Se eu cortar a corda vou cair e morrer".
Alguns dias depois, o pessoal do resgate encontrou o corpo congelado e morto do alpinista, agarrado com as mãos duras à corda que o sustentava.
Ele estava a apenas meio metro do chão."
***
Dentre os muitos significados da palavra 'confiança', encontramos na internet definições como:
*Esperança firme em alguém, em alguma coisa;
*Sentimento de segurança, de certeza, tranquilidade, <b>sossego daquele que confia na probidade de alguém.
No encontro do Grupo Carisma do dia 02/02/13, o tema levantado foi justamente esse: como anda a nossa Confiança em Deus?
Confiar em Deus é um ato de fé, e a nossa fé é como uma semente, que para crescer, florescer e dar frutos precisa ser cultivada; precisa ser cuidada e alimentada a cada instante.
É tão sublime quando - como disse o dicionário - somos inebriados por esses sentimentos de segurança, tranquilidade, certeza e sossego nas obras e no tempo do Senhor! No entanto, nem sempre conseguimos manter este estado de graça, não é mesmo?
Isso acontece quando deixamos que as influências externas, as preocupações exageradas se tornem maiores do que nossa confiança em Deus. Ora, se o nosso Deus é aquele que criou o mundo em que vivemos em sete dias, abriu caminho no mar Vermelho, fez Seu Filho caminhar sobre as águas, parar ventos e tempestades; Deus esse que elevou a Imaculada Virgem Maria aos Céus, que entregou seu único Filho à morte para que pudéssemos ser salvos... Não será Ele capaz de cuidar de cada um de nós, de cada um dos problemas e feridas que nos surgem durante a caminhada?
Pois é, irmãos... Quando permitimos que nossas preocupações sejam maiores que a confiança na Divina Providência, no Divino Amor, é isso que acabamos por insinuar.
A leitura para reflexão naquele dia foi Isaias 41, 8-13, que diz assim:
"Mas tu, Israel, meu servo, Jacó que escolhi, raça de Abraão, meu amigo, tu, que eu trouxe dos confins da terra, e que fiz vir do fim do mundo, e a quem eu disse: "Tu és meu servo, eu te escolhi, e não te rejeitei"; nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa.
Vão ficar envergonhados e confusos todos aqueles que se revoltaram contra ti; serão aniquilados e destruídos aqueles que te contradizem; em vão procurarás, mas não mais encontrarás aqueles que lutam contra ti; serão destruídos e reduzidos a nada aqueles que te combatem.
Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão e te digo: "Nada temas, eu venho em teu auxílio."
Quando depositamos a nossa confiança em Deus, de todo coração e alma, Ele se manifesta. Nosso Pai já nos garantiu isso inúmeras vezes, e só nos é cobrado a Fé, a confiança genuína, o coração aberto para que Ele faça morada... Eu rogo, meus caros, para que não nos esqueçamos disso, para que essas palavras se afixem em nosso ser e que quando houverem turbulências elas sejam nosso escudo e esperança.
Eu termino aqui deixando como sugestão a (re)leitura de Mateus 6, 24-34. Leiam tudinho porque aqui em baixo eu coloquei só um pedacinho. ;)
(...) "Não vos aflinjais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo." (...)

O ROSÁRIO É BÍBLICO?

Rosário

Uma análise sobre que a Palavra de Deus diz a esse respeito

A intenção do texto não é esgotar a teologia em torno do Rosário, mas apenas demonstrar superficialmente que não existe oposição entre esta devoção e a Palavra de Deus, como julgam alguns hereges.

Vários protestantes têm uma grande pulga atrás da orelha com o rosário. “Como é antibíblico!”, dizem eles. Pois bem, é hora de analisar o Rosário e ver o que a Bíblia tem a dizer sobre este assunto.

O Rosário é uma coleção de orações individuais:

1 – O Credo
2 – O Pai-Nosso
3 – A Ave-Maria
4 – Glória
5 – Salve Regina

1. O Credo Apostólico

“Creio em Deus-Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pela Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia. Subiu aos céus e está sentado à direita de Deus-Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.”

Este é um dos credos mais antigos que se conhece. Foi inicialmente usando pelos cristãos de Roma. Não há nada antibíblico nele. A única coisa que alguém poderia objetar seria a expressão “creio…na Santa Igreja Católica”. Bem, a primeira pessoa a utilizar a expressão “Católica” (palavra grega para “geral, universal”) foi Santo Inácio de Antioquia em sua carta aos Esmirnenses. Ele morreu em 107 A.D., o que nos faz tirar a lógica conclusão que tal designação para a igreja já era utilizada desde antes. Ele utilizou este termo para diferenciar a Igreja fundada por Cristo e pelos apóstolos das outras igrejas e filosofias heréticas que estavam aparecendo.

2. O Pai-Nosso

Bem, nada de antibíblico aqui. Sem comentários mais.

3. A Ave-Maria

“Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”.

Isto coloca um bom problema aos protestantes. Porquê? Veja o que a Bíblia diz sobre isso (versão KJV):

“E o anjo veio sobre ela, e disse, Ave, tu que és grandemente favorecida, o Senhor está contigo. Bem-aventurada és tu entre as mulheres”. (Lc 1,28)

São Jerônimo, um dos primeiros Pais da Igreja, traduziu a Bíblia grega para o latim, e a melhor forma de traduzir para o latim a forma “grandemente favorecida” foi “gratia plena”, que significa “cheia de graça”. Isto denota muito bem o estado de Maria, “cheia de graça”, sem pecado.

Desta forma, a primeira parte da Ave-Maria não deixa problema algum. E quanto à segunda parte?

Santa Maria? É esperado que, sendo Maria a mãe do “Santo dos Santos”, ela seja também uma pessoa santa. Isto não pode ser problema para os protestantes, que acreditam que todos os cristãos são santos, de uma forma ou de outra, no mínimo.

Mãe de Deus? Maria é a mãe de Jesus, certo? Jesus era uma pessoa divina com uma natureza divina e humana. Maria “assim como fazem todas as mães” deu a luz à pessoa, não à natureza. E a qual pessoa ela deu à luz? Uma pessoa divina. Logo, Maria é a mãe de Deus.

Rogai por nós, pecadores? Pedimos que Maria ore por nós. Mas ela não está morta? Não de acordo com a Bíblia (Mc 12,26-27; Mt 27,52-53).

Nós devemos orar pelos outros, diz Tiago (Tg 5,16). Ora, mas Jesus não é o único mediador? Sim, assim como Ele é o único rei, o único Senhor, o único sacerdote, etc…E enquanto partilharmos deste seu sacerdócio e reinado, também partilhamos desta única mediação.

Agora e na hora de nossa morte? Oh-oh!, como Maria sabe quando morreremos? Bem, ela possui a visão beatífica (1 Cor 13:12; 2 Pd 1:4), e além do mais, não existe época no paraíso, somente eternidade e, portanto, nem Maria ou os anjos estão sob o limite do tempo e por isso podem ouvir todas as nossas orações.

4. Glória

“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre. Amem”.

Pequena e linda oração. Ninguém reclame dela.

5. Salve Regina (Salve Rainha)

“Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. Salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós, suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Ei-a pois, advogada nossa, esses vossos olhos misteriosos a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus. Bendito é o fruto do teu ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre virgem Maria. Rogai por nós, santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo”.

É bem complicado, vamos com calma.

Rainha? Considere que Jesus, Rei dos Reis, nunca foi casado. Se um rei não possui esposa, quem, portanto, é a rainha? Sua mãe! E isto se aplica aqui.

Vida, doçura e esperança? Isto diz respeito à mediação de Maria, assunto que não abordaremos neste texto pela sua natureza mais profunda. Chamamos Maria desta forma porque ela é a causa, estritamente na forma subordinada “claro”, da nossa salvação, vida, doçura e esperança (que é Jesus).

Vossos olhos misericordiosos? Maria, como imaculada, tem misericórdia de seus filhos. Lembrando que todos somos seus filhos. Ela é nossa mãe, porque somos parte do corpo de Jesus, nascido de Maria.

Clemente, piedosa, doce? Quem nega que a mãe de Jesus é clemente? Ou piedosa? Ou doce? Minha mãe (carnal) é! Quanto mais com um filho como Jesus, o filho de Deus!

Como vimos, são várias orações. Claro, existem entre nós questões sobre o rosário, como apontam alguns quando dizem que Jesus nos recomendou não rezar em “vãs repetições” como fazem os gentios (Mt 6,7).

Mas notem todos que Jesus não condena as repetições, somente as que são “vãs”. Se nós condenamos católicos bêbados, não estamos condenando todos os católicos que bebem e nem significa que todos os católicos “são” bêbados. Isto somente significa que aqueles católicos que “estavam” bêbados são condenados. Aqui é a mesma coisa. Jesus disse para não rezarmos as repetições “que são vãs”, ou sejam, de nada adiantariam. E porque o rosário não é incluído nestas “vãs repetições”? Porque nele nós meditamos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, e isto nunca será “vão”. A Ave-Maria somente é a base para todos estes mistérios. Nunca se acreditou que se consegue alguma coisa com uma certa quantidade de orações. O Rosário bem recitado é aquele bem meditado, com concentração. Onde as palavras não são somente balbuciadas, mas rezadas com fé.

Então, da próxima vez que alguém se dizer um cristão, pergunte como honra a Maria. Se disser “não, obrigado, não sou idólatra, somente honro a Jesus”, pergunte então porque a Bíblia nos pede para honrarmos os santos (1 Pd 1,6-7), e porque Maria é tão “grandemente favorecida”.

“Doravante, todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).

Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.

Fonte: Veritatis Splendor